Doença adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e que com ele se relacione diretamente, constante da Relação de Doenças Profissionais elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Metas, horários e obrigações no trabalho fazem com que mais pessoas priorizem os prazos e deixem a saúde de lado. Segundo pesquisa de Jacob Veerman, da Universidade de Queensland, na Alemanha, a cada hora que um adulto com mais de 25 anos permanece sentado, sua expectativa de vida é reduzida em 21 minutos.
Além deste agravante, a má postura é outro problema que pode acarretar desde uma simples lombalgia (dor na região lombar da coluna) ou cervicalgia ( dor na região da coluna cervical) até casos mais graves de escoliose (encurvamento anormal da coluna vertebral) e hérnia de disco (lesão dos discos que compõem a coluna vertebral).
É importante escolher a cadeira certa para cada função e biótipo, e também utilizar apoio de pés quando necessário. O monitor deve estar na altura dos olhos, o teclado e o mouse bem próximos ao colaborador que deve estar sentado perto da mesa de trabalho. É importante levantar, circular por cinco minutos a cada uma hora trabalhada e sempre praticar alongamentos, ginástica laboral e atividade física. Em casos muito graves, a única solução é o procedimento cirúrgico”, afirma.
Outra consequência da má postura é o surgimento de DORT (doença osteomuscular relacionada ao trabalho) ou LER (lesões por esforços repetitivos) cujos sintomas podem chegar a dores recorrentes, sensação de cansaço persistente e distúrbios do sono.
Segundo Martins, a responsabilidade não é só do funcionário. “A empresa deve providenciar um laudo ergonômico para identificar possíveis postos de trabalho que não estão em conformidade com a NR17 (Norma Regulamentadora 17)”, finaliza Martins. O termo foi criado pelo Governo Federal e visa proporcionar as condições mínimas de conforto físico e mental.
Telefonistas, dentistas, manicures e cirurgiões são profissionais que ficam com a coluna vertebral em uma mesma posição por um longo tempo. Para evitar dores e problemas maiores, são necessários cuidados preventivos. “A má postura pode causar dor, que é um sinal de que algo está errado. Quanto antes o problema for tratado, melhor, pois é possível evitar que evolua para lesões mais graves”, avisa Giuliano Martins, fisioterapeuta e diretor regional da Associação Brasileira de reabilitação de Coluna (ABRColuna) e do ITC Vertebral Curitiba.
Alguns sintomas da postura errada são formigamentos e dores agudas, que podem afetar outros membros, como ombros e joelhos. Segundo o fisioterapeuta, ficar muito tempo sentado ou com o tronco arqueado, como fazem os médicos ao examinar pacientes ou em cirurgias, pode causar essas dores e também lesões. “Esses profissionais chegam a desenvolver escolioses (desvios ou encurvamentos da coluna vertebral), hérnias e deslocamentos de discos”, alerta.
Para quem trabalha com digitação, como jornalistas e programadores, os problemas podem ser maiores. “Esses profissionais poderão sofrer com dores lombares e cervicais e ainda ter tendinite (inflamação que causa dores ao movimentar a mão), epicondilite (inflamação nos tendões do cotovelo) e síndrome do túnel do carpo (uma compressão do nervo mediano do canal do carpo, que fica entre a mão e o antebraço)”, acrescenta. Como prevenção, Martins indica manter uma boa postura pelo maior tempo possível. “O corpo precisa estar fortalecido, por isso é importante fazer alongamentos durante o período de trabalho e praticar uma atividade física de quatro a cinco vezes por semana. Dessa forma, a pessoa fortalece os membros e diminui os riscos de lesões”, recomenda.
Caso sinta dores, segundo o especialista, é essencial procurar um profissional da saúde e não usar medicamentos sem orientação, que podem mascarar a dor e não resolver o problema.
Dicas para uma boa postura
Para quem fica muito tempo sentado e em frente ao computador, Martins recomenda verificar o posicionamento do corpo na cadeira e distância e altura da mesa e do monitor. Algumas recomendações são:
- a cadeira deve ter rodinhas, regulagem de altura e encosto e apoio para os cotovelos;
- o monitor deve ficar na altura da cabeça, um pouco abaixo da linha dos olhos. A cabeça não pode se curvar para cima, pois esse movimento provoca tensão e dores na região do pescoço. Para quem utiliza lentes progressivas, o monitor deve ficar um pouco mais abaixo para evitar que a cabeça se curve;
- os calcanhares devem ficar apoiados no chão ou em uma rampa;
- os joelhos devem ficar em um ângulo de 90 graus ou suavemente mais altos que o quadril, pois se estiverem muito dobrados, podem prejudicar a circulação normal das pernas;
- os cotovelos devem ficar apoiados na mesa ou nos braços reguláveis da cadeira;
- o encosto da cadeira precisa ficar sempre em contato com a região lombar;
- os punhos devem estar apoiados em uma peça confortável.
A China está em um processo acelerado de crescimento e desenvolvimento que tirou milhões da pobreza, mas está deixando outras vítimas pelo caminho. Não se trata dos mortos em obras ou vítimas da violência comum, e sim daqueles que morrem de tanto trabalhar. São 1.600 chineses por dia, de acordo com a China Radio International, controlada pelo estado. A estimativa do China Youth Daily de 600 mil pessoas por ano é levemente maior. É difícil chegar a um número confiável porque a ligação entre o trabalho e a saúde é muitas vezes nebulosa, mas alguns casos já se tornaram notórios, como o de Lin Jianhua, de 48 anos, que trabalhava há 26 como regulador do sistema financeiro oficial.
No final de abril, ele morreu depois de passar a noite inteira preparando um relatório. Seus empregadores lançaram um comunicado afirmando que para aprender com o caso, os chineses deveriam "ser como ele, sempre firme em seus ideiais e crenças, o interesse geral, leal à causa do partido e das pessoas, à contínua luta sacrificando tudo". A rede social de microblog Sina Weibo, uma espécie de versão chinesa do Twitter, é cheia de relatos e reclamações de funcionários sobre empregadores que os pressionam a trabalhar cada vez mais e por longos períodos.
No centro financeiro de Pequim, 60% dos trabalhadores reclamam de trabalharem além do limite legal de duas horas extras por dia, de acordo com uma pesquisa realizada por Yang Heqing, reitor da Escola de Economia do Trabalho da Universidade Capital de Economia e Negócios, citada pela Bloomberg. A morte por excesso de trabalho tem até nome: guolaosi na China e korashi no Japão. Mas o fenômeno não é exclusivamente asiático: em agosto do ano passado, ficou notório o caso do estagiário no Bank of America em Londres que morreu depois de praticamente virar três noites.
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